Stéphane Thibierge
Discurso político, dizemos. Mas o que é – partamos daí – a condição primeira para que um discurso seja simplesmente possível? Esta questão poderá acender nossa lanterna tanto sobre o discurso político atual, como também sobre o que permite aos psicanalistas avançar de forma não muito inoportuna para falar dele, e a partir de sua prática.
Sublinhemos, de passagem, que nossa atualidade não fala com freqüência, justamente, do discurso político – e notadamente do que podem querer dizer uma ação, uma responsabilidade, uma palavra ou uma posição políticas – ainda que sejamos mais instruídos sobre os diferentes aspectos da técnica política, no sentido instrumental: de que modo são colocados em circulação uma imagem ou uma palavra de ordem, por exemplo, e eventualmente a figura, homem ou mulher, que as portará. Mas esta técnica, por mais sofisticada que ela seja, não constitui por si mesma um discurso.
CONDIÇÕES DO DISCURSO
O que é preciso para que haja discurso? Digamos que é preciso que haja no mínimo a distinção de dois lugares diferentes, esta distinção tornando possível uma troca tal que alguma coisa possa ser endereçada, e endereçada a um outro, o que supõe efetivamente ao menos dois lugares.
Este dispositivo, muito simples em seu princípio, é bem conhecido do psicanalista, pois é a partir daí que ele trabalha. Ele recebe alguém que ele convida a falar: a dizer “o que é que há” – dito de outra forma, o que não funciona, mais freqüentemente. Isso não constitui um início muito diferente, em seu princípio, daquele da política. Nos dois casos, uma fala é suposta poder ser endereçada, o que quer dizer que alguém fala, e que fala com o objetivo… de se fazer escutar. Pode-se achar este objetivo otimista, não razoável, utópico ou, ao contrário, fundado e legítimo, pouco importa aqui: mas é justamente o início daquilo com que temos a ver, nos dois casos.
Tentemos então apreciar o que está em jogo: o que é que isto implica, e que tipos de conseqüências isso pode ter, sustentar assim uma fala e um endereçamento?
Para termos uma idéia, partamos do que um psicanalista pode observar no espaço onde opera, o de seu consultório. Vamos ver que isto pode esclarecer também as condições do discurso político.
Um psicanalista dá acesso à responsabilidade e às conseqüências da palavra e da linguagem na medida em que alguém as assume, quer dizer, na medida em que a palavra encontre aí um valor de enunciação. Ora, o simples fato de que ela seja assumida, comporta os dois aspectos seguintes, cujo alcance, veremos, não se limita somente ao enquadramento da psicanálise, mas concerne também nossa relação com o político.
UM SUJEITO REPRESENTADO
O primeiro destes aspectos consiste em que o sujeito – aquele que fala, que sustenta uma enunciação – é, por aí mesmo, representado. Estamos justamente aí, de saída, pode-se ver, na questão política. Estamos aí, aliás, tanto mais na medida em que a psicanálise está em condições de acrescentar aqui: o sujeito é representado, sim, e mais: ele não é senão representado. É disso que a psicanálise – e, concretamente, uma psicanálise – leva alguém, se ele o deseja, a fazer a prova, no sentido experimental do termo. Para ele não há ser, personalidade – a identidade, em uma palavra – constituídos: ele não existe, esse sujeito, senão representado, e não em substância ou em pessoa, por assim dizer.
Pelo simples fato de enunciá-lo e de propor pô-lo à prova, a psicanálise tem um alcance político, mas talvez ainda muito novo, mesmo que ela seja mais que centenária, para que se hesite em tirar partido disso, inclusive e em primeiro lugar no campo político, justamente.
Pelo quê o sujeito é assim representado? Pelo que ele diz, em primeiro lugar, mas não somente: também pelo que fala nele de todas as maneiras possíveis, por seus sonhos, por seus sintomas, por toda esta ordem de fatos que Freud realçou a título de formações do inconsciente. O sujeito é representado, sobretudo por este tecido, tecido de banalidades eventualmente, bate-papo, mas também de bizarrices, lapsos, incongruências ou estranhezas diversas, que ele próprio, por si próprio não será facilmente levado a reconhecer: “não – isto não sou eu”. Sim, entretanto: e a psicanálise engaja mesmo a assumir que é pelo que nos parece mais incongruente ou estranho daquilo que nos vem desse modo, pelos elementos de linguagem – os significantes, em uma palavra – que nos parecem a nós mesmos os mais estranhos, que somos, em primeiro lugar e sobretudo, como sujeitos, representados.
Este sujeito – é o segundo aspecto que nós evocaríamos – que é assim representado, diante de quem ou de quê ele o é?
Diante de um outro, podemos responder – certamente, como todas as vezes em que somos representados … mas o que dizer desse outro? Quem é, ou o quê é?
Aqui ainda, a prática da psicanálise e a lógica que esta prática revela não são sem incidência política. Pois este outro diante de quem ou de quê o sujeito é representado, também não é alguém propriamente falando. É somente um lugar, que a linguagem suscita e faz existir, na medida em que ela pode ser linguagem endereçada. O analista, como se sabe, se oferece à experiência de se sustentar aí, nesse lugar. Isto permite ao analisante supor assim, que um saber mora aí, relativo justamente ao que ele pode dizer, ou ao que lhe pode advir, de mais estranho – relativo aos diversos sintomas, aos significantes que o atravessam, e que lhe parecem eventualmente os mais estrangeiros.
LEITURA
O discurso assim tornado possível e posto em ato permite o seguinte: é porque o analisante supõe um saber neste lugar que ele próprio pode dizer qualquer coisa sobre a linguagem e sobre os significantes que lhe advêm, e que eventualmente o inquietam, o atormentam ou o parasitam. Se chamarmos de Sx estes elementos parasitários e percebidos como estrangeiros, podemos dizer que o sujeito psicanalisante vai, assim, ter condição de dizer outras palavras, outros significantes que vão fazer retorno sobre Sx. Essas outras palavras, esses significantes, valem como interpretação, isto é, como leitura de Sx, e eles representam o sujeito por seu turno, não menos que Sx.
O que se mostra aí, e é o preço do que traz a psicanálise, é que o sujeito não é um ser, tampouco uma imagem ou um ponto localizável, não é um espaço e também não é um corpo. Ele reside somente na diferença, no intervalo entre o que nós chamamos aqui de Sx – o significante que o sujeito facilmente percebe como estrangeiro, que o perturba e às vezes o ameaça – e um outro significante, uma outra palavra que ele mesmo, o sujeito, ou também o analista – pois o analista representa justamente esse lugar do outro significante – poderá dizer.
Assim, o sujeito – e isto vale para o da análise, mas também para o da política, posto que não é nem mais nem menos que o sujeito da palavra – reside somente no intervalo, na diferença entre dois lugares que se pode reduzir a sua escrita mais simples: Sx de um lado, o que afeta o sujeito, e um outro significante S do outro, que poderá fazer parada, escansão na sua palavra, ou nos pedaços de linguagem que o conduzem, e valer assim como leitura, ou como interpretação de Sx. Lacan, a quem se deve o isolamento destes dois lugares e da lógica que eles implicam, os escrevia respectivamente como S2 (para o que nós escrevemos aqui como Sx) e S1.
ASPECTOS DA TRANSFERÊNCIA HOJE EM DIA
A distância entre estes dois lugares que acabamos de evocar pode também ser designada como a estrutura mais simples da transferência. Ela se instala assim que uma palavra é dita, desde que esta palavra possa ser endereçada.
Esta estrutura é também a mais simples das instituições políticas: pois ela indica um lugar, que todo homem político conhece, onde se trata de encontrar um modo justo, ou não muito inadequado, de responder a um endereçamento. O que isto quer dizer? Pode-se entender aí uma enunciação que não seja formatada para fechar o endereçamento, isto é, para reduzi-lo à forma de demanda, uma demanda votada então a se tornar sempre mais viva e mais fechada nela mesma. É aparentemente, voltaremos a isto, o circuito do qual tem dificuldade de se desprender o nosso discurso político. Àquilo que se produz subitamente como sentido ou como não sentido no laço social, aos sintomas que marcam regularmente ou esporadicamente, de maneiras muito diversas, nossas modalidades de trocas, o político é tradicionalmente suposto encontrar o modo justo de resposta. Nossa tradição política parece estabelecer que é aquela que permite ao cidadão ser representado de uma maneira que se ajuste melhor ao exercício de sua responsabilidade. Entendamos que o que “não anda”, o que traz dificuldade, mal-estar, sintoma, não seja abandonado ao único recurso da demanda, à fixidez antagonista do confronto, ou ainda ao automatismo da passagem ao ato, mas possa se constituir, como evocamos, em um endereçamento.
Isto é correto, seguramente, mesmo se não é exatamente o que observamos. Torna-se difícil constituir verdadeiramente um endereçamento, isto é, o que chamamos uma transferência. Ao contrário, os usos ordinários das nossas relações sociais tendem cada vez mais a denunciar na transferência uma modalidade inadmissível de alienação a outrem – quando ao mesmo tempo florescem os recursos à sugestão “adaptativa” e as técnicas de manipulação mental individual ou coletiva. Por outro lado, tendem a se tornarem correntes as modalidades de resposta automáticas, em forma de passagem ao ato, às situações sociais recebidas como ameaçadoras ou insuportáveis. Enfim, parece que um número cada vez maior de demandas ou reivindicações sociais – e segundo repartições bastante independentes das classificações tradicionais – procuram menos o exercício da responsabilidade do que a garantia de uma identidade, conforme uma variedade dispersada de traços comunitários.
É verdade que a condição de um endereçamento, e por isso mesmo de um discurso, é que a distância da qual falávamos seja respeitada, e não ocluída por uma resposta em forma de satisfação dada ao sujeito e suposta completá-lo. É suficiente deixar entender que esta resposta seria possível para incitar um sujeito a estimar que doravante ele está quite com essa distância: em outros termos, que haveria uma resposta adaptada à questão que ele traz, e que traz qualquer enunciação enquanto tal. Ora, não há, não por uma especial infelicidade da nossa relação com o real, mas simplesmente pelo fato da incidência da linguagem sobre o corpo. É essa incidência que determina o sujeito como efeito possível desta distância – mas efeito, lembremo-nos, que nada garante em si mesmo. É nisto que aquilo que chamamos de sujeito é mais precário do que estamos habituados a crer. É, sobretudo, como colocação em ato de uma responsabilidade que ele se realiza. E ali onde ele encontra sua responsabilidade singular de sujeito, a análise mostra – a política também, se bem que de uma forma menos direta – que o sujeito encontra também o seu desejo e a questão, sempre mais ou menos em forma de enigma, que está ligada para ele a este desejo. Que Freud tenha sabido distinguir este desejo fundamentalmente como sexual, não impede que ele tenha para cada um fundamentalmente valor de questão, e de uma questão sempre marcada, em algum grau, por um caráter enigmático. O que isso quer dizer senão que o sujeito tem a ver aí não com a tentativa de uma satisfação, mas com um objeto singular, estranho, evocado pelo Sx do qual falamos, bem como pela distância que precisamente o causa como sujeito. Este objeto nunca pode ser dado em uma resposta adaptada, de qualquer forma que a concebamos.
Uma tal resposta aboliria toda distância entre uma enunciação – reduzida à demanda – e sua resposta – reduzida à satisfação. É o ideal praticamente confessado de um laço social do tipo toxicômano, como se pôde realçar há muito tempo.
Uma das razões da dificuldade que encontra hoje em dia a instalação de um discurso, qualquer que ele seja, ou o estilo de relações que ele permitiria sustentar, é a entrada em circulação em grande escala de diversos objetos tendo como traço comum significar para o sujeito sua satisfação possível, e então obrigatória – inclusive como condição de pertencimento a uma comunidade, pois o modo de gozo tende a se tornar um traço identitário maior. É claro que este tipo de objeto de satisfação fecha a distância de um endereçamento possível, por toda parte onde ele comanda as modalidades de trocas. Isto tem seguramente efeitos mensuráveis no discurso político, mas também em qualquer outra forma de discurso.
INFORMAÇÃO DO SUJEITO
A isto se acrescenta uma outra razão, em parte correlacionada à entrada em circulação destes objetos que acabamos de evocar, que merece ser aqui mencionada em último lugar, para se apreciar o tipo de dificuldades com o qual devem se confrontar os discursos, e em particular o discurso político atual.
Ela se liga às modalidades contemporâneas da informação. Como se sabe, estamos envolvidos em uma enorme quantidade de mídias de toda sorte, que veiculam sem trégua uma massa de mensagens das quais somos os destinatários. Não sabemos, com freqüência, os suportes destas mídias, e também não conhecemos, salvo em uma medida muito fraca, as mensagens das quais somos assim destinatários. Acrescentemos que estas mensagens formatam seu alvo com precisão, de tal forma que o que é enviado antecipa geralmente a resposta que o receptor, o mais das vezes, aliás, sem mesmo estar consciente disto, é levado a dar.
Pode-se dificilmente conceber que tal estrutura de informação seja sem efeito sobre os sujeitos que ela informa. E por outro lado, se é verdade que cada um está colocado, queira ou não, e sem que as escolhas de seu modo de vida singular constituam a esse respeito uma proteção significativa, nesse lugar de destinatário, o que é que ele pode fazer com essas mensagens? Elas não são endereçadas propriamente falando: elas visam um alvo, o que é outra coisa. É difícil supor que um sujeito possa retomar ou elaborar grande coisa do que ele recebe assim, para dizer, por exemplo, uma mensagem em retorno. E mais, a massa destas mensagens recebidas assim, a cada dia, é de tal maneira importante, que é preciso necessariamente, por razões de espaço e de estocagem de informação, que a tela onde se exibem estas informações – tela a localizar de uma maneira ou de outra do lado do sujeito receptor – seja apagada a cada dia, de maneira que as mensagens do dia seguinte possam vir a se exibir sobre a tela limpa. O saudoso Patrick Bourrat nos falou um dia sobre este fenômeno que ele chamou, na revistaLa Célibataire, de “apagador de memória”.
IDENTIFICAÇÃO CONTEMPORÂNEA
O que resulta disso? O sujeito está aqui fixado a mensagens que ele não tem nem o tempo nem os meios para interpretar, pois, sendo sem endereço localizável, elas pedem antes de tudo – e antecipam largamente – uma resposta simplesmente reativa. Além disto, este sujeito é constrangido a se deslocar num tempo cada vez mais fatiado, sem passado e sem memória – mais propício, portanto, a favorecer uma resposta limpa de escórias subjetivas.
É em referencia a estes efeitos de informação que C. Melman isolou, no seu livro O homem sem gravidade, aquilo que ele sublinha como uma forma moderna e inédita de identificação. Ela tem a ver com os efeitos presumíveis, num sujeito, de ser assim visado e antecipado por mensagens às quais, saiba ele ou não, e sem que ele tenha a possibilidade de se subtrair totalmente, ele se disporá materialmente a responder – isto é, pelo efeito de uma estrutura, tudo que há de mais material. Não avaliamos, talvez, em sua justa medida os efeitos no sujeito de um tal dispositivo, em particular no que toca a possibilidade e as modalidades de um endereçamento, tal como evocamos no começo.
Se somos assim destinatários de mensagens sem endereço, que nos vêm do social, e sem que seja esperado e nem mesmo possível que respondamos, o que é que é esperado de tais destinatários? Provavelmente nada mais do que o que se pode produzir no lugar de objeto visado pela mensagem, isto é, um modo de resposta automática. É assim no registro do que chamamos de gozo, registro de automaticidade bastante estrita, que pode ser esperado que cada um responda.
Um dos efeitos que podemos sublinhar, e que evidentemente não é sem incidência política, é que um sujeito aparentemente encontra raramente outra opção possível senão se conformar. A menos que escolhesse uma enunciação, mas cujo endereçamento nesse caso parece ter que ser bem precário. Parece que haja aí, nessa dificuldade em sustentar uma enunciação e achar o modo de endereçamento que lhe seria correlativo, uma dificuldade sensível no laço social que nós conhecemos. Trata-se de uma dificuldade de natureza eminentemente política, e ela interessa primordialmente aos psicanalistas. Ela pode ter por conseqüência uma inclinação a preferir em suma o modo automático, colocando-se fora do jogo como sujeito, e privilegiando o gozo como único valor então a preservar. Mas não é unívoco, pois isso interroga também o sujeito quanto a sua responsabilidade, precisamente enquanto sujeito. Alguns são às vezes levados por aí a encontrar o caminho que os conduz a um analista.
CONSTRANGIMENTOS DO VIRTUAL
Do lado do homem – ou da mulher – político, isso parece dever constrangê-los a se colocarem onde isso responde automaticamente e, portanto, o mais longe possível do que poderia evocar uma enunciação e um endereçamento. Trata-se de chegar a encontrar a forma de uma “resposta” que não pode ser uma resposta tal como evocamos, mas que dá forma e aparência de sentido a esta automaticidade. Aquele que vem se colocar exatamente aí, e que consegue ainda fazer imagem, ganhou. Entretanto, aí também não é unívoco: podem-se ouvir, apesar dos constrangimentos, modalidades de enunciação nos responsáveis políticos, e posições subjetivas que não se equivalem.
Esse lugar dado hoje ao político, e cujos contornos nós tentamos marcar com grandes traços, é por essência imaginário, isto é, virtual – o que não o impede, naturalmente, de ter efeitos muito reais2. Ele parece tanto mais invasivo na medida em que ocupa quase todo um terreno que cabia tradicionalmente à argumentação, isto é, às tentativas de articulação, resumindo, da linguagem e do real. Ao mesmo tempo em que ele se torna assim cada vez mais virtual e unitário, totalizante, observa-se por outro lado uma dessolidarização sensível entre certas reflexões argumentadas, de um lado, e o real do outro, como se o virtual, em posição de comando e em tempo real, constrangesse, nesse caso, a esse tipo de disjunção sistemática. Isto produz, entre outros, efeitos que se pode encontrar regularmente nas análises, sem dúvida pertinentes, de situações reais, às vezes urgentes, sem que estas análises ou as soluções preconizadas possam encontrar um começo de aplicação, na falta de serem integráveis aos constrangimentos de forma e tempo próprios à informação. Estes constrangimentos próprios à pregnância do imaginário na nossa abordagem do real, hoje em dia, e as conseqüências que daí decorrem para o sujeito – como o tipo de identificação evocado mais acima – ficam ainda largamente por desbravar, nos seus aspectos clínicos e políticos. Para o sujeito, tentamos mostrá-lo, é a mesma responsabilidade que aí se experimenta.
1 Du sujet clinique au politique – Le Bulletin – Association Lacanienne Internationale – numéro 1, p.29-34.
Tradução : Pedro Silveira
Revisão : Sergio Rezende
2 Pode-se ler, especialmente sobre esse ponto, no segundo número da revista La Célibataire, verão-outono de 1999, o artigo esclarecedor de Pierre Larrouy: “O virtual é o populismo, ou o imediatismo tomado como real”.